terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sentido

Tudo tem sentido,
Até as flores,a dor e a morte.

Mesmo que não o encontre
No ritmo da busca,
Na agonia,nas lástimas,nas lágrimas...

Seu olhar cansado e profundo
Verá que despedaçado o sentido está,
E que só você poderá o sentido aglutinar .

Brenda Chaves

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Vida Do Velho Homem Canário

Está vendo aquele velho homem canário?Ele já teve um grande amor.Já teve lar,família e sorriso no rosto,já foi mudo...

Ele se mudou do interior para a metrópole,não deixou nada de muito valor por lá,foi atrás da  própria voz.Hoje a vida dele se resume no que você está vendo;cantar para a floresta de concreto e alimentar a alma dos moços e idosos animais com o seu canto,beber um bom Jack Daniels durante o show e agonizar pensado na família.

Mas ele não se arrepende,não se sente tão só.A música o faz companhia.A canção do vellho homem canário é um emaranhado de sons sensíveis,que resultam o seu rock.

Ele até parece frio e calculista,mas segundo ele é  uma máscara para que não descubram o seu passado e condenem-no.

Quando termina o espediente ele vai para sua quitinete,pernoita escrevendo e ouvindo vinis de classic rock,passa a sua vida para o papel,desmancha uns erros,acrescenta trocados no bolso,canta Pink Floy na partida e coloca em negrito todos os seus méritos,depois faz um Break para descanso,adormece algumas horas e acorda lá pelas duas horas da tarde.Para ele, dormir é perda de tempo,imagina se não fosse?O velho homem canário acorda,escova os dentes,toma um banho,coloca suas vestes; peça íntima,calça de couro preto,camisa com o logo da banda Led Zeppelin,jaqueta de couro preto,Spike no punho do braço esquerdo , meias brancas e um coturno mal limpo.Ele sai de casa livre,tão livre que os longos cabelos grisalhos parecem bater asas.Ele pára em uma lanchonete,come Junk Food, repõe as energias do corpo,eleva a glicose e o colesterol,depois  segue para o bar no qual tem um show marcado todos os dias para as seis horas da tarde.No percurso ele vê aves negras e brancas pairando no céu nublado, parece até Ying-Yang.

Chega no bar aproximadamente às quatro horas para religar os instrumentos e passar o som.Se comunica um pouco com alguns adimiradores do seu trabalho que aguardam o show, bem como ele,toma um hi-fi...Rapidamente o relógio marca seis horas.O velho homem canário sobe no palco,senta-se, pega o violão,sua arma de guerra,canta sua dor,jamais o seu arrependimento,ele não tem.

Está vendo,meu amigo, é sempre assim.E essa música que estamos ouvindo,ele compôs após assassinar a família.Sem arrependimento,ele não tem nenhum,segundo o velho homem canário foi tudo por amor.

Brenda Chaves